PROTEÇÃO AMBIENTAL

Em cúpula internacional brasileira defenderá que o financiamento de bancos públicos se volte à proteção ambiental

Iara Pietricovsky, integrante da diretoria executiva da Associação Brasileira de ONGs (Abong) e presidenta do Fórum Internacional de Plataforma de ONGs (Forus), participará da Finance in Common, primeira cúpula global de Bancos Públicos de Desenvolvimento (BPDs). O evento vai reunir, de modo online, mais de 400 instituições, inclusive brasileiras, e contará com a participação de chefes de Estado como Emmanuel Macron, presidente da França, e Alberto Fernández, da Argentina. Macky Sall, presidente do Senegal, e Carlos Avarado Quesada, da Costa Rica, também confirmaram presença.

A representante da Abong participará da terceira parte da Sessão Plenária, que ocorre nesta quinta-feira, 12/11, das 12h às 13h30 (horário de Brasília). Também participam da sessão Kate Hampton, CEO da Children’s Investment Fund Foundation (CIFF), e John Denton, secretário-geral da Câmara Internacional do Comércio (ICC).

A cúpula foi organizada para discutir o papel dos bancos públicos e de desenvolvimento em acordos para a implementação de medidas anticíclicas e de recuperação sustentável, mirando em impactos de longo prazo no planeta. Como ponto principal, o evento abordará maneiras pelas quais as instituições financeiras podem contribuir para impedir o avanço de mudanças climáticas e atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Ecossistemas e os BPDs

A terceira parte da Plenária fomentará debates sobre o ecossistema e sua interação com a comunidade de Bancos Públicos de Desenvolvimento. Iara defenderá medidas, a serem adotadas pelas instituições financeiras, para o alcance do desenvolvimento sustentável.

“O dinheiro público só deve ser gasto de forma a promover o bem-estar das pessoas e do planeta”, afirmou ela em artigo pulicado pela Reuters nesta semana. “Nem um único centavo gasto deve contribuir para a violação dos direitos humanos, dos direitos econômicos, sociais e culturais ou dos direitos dos povos indígenas, nem deve permitir a destruição da natureza ou a crise climática por apoiar as indústrias mais responsáveis por isso”, enfatiza no texto.

Para Iara, os BPDs devem se comprometer em direcionar seus recursos e influência a investimentos no combate à diversas crises globais enfrentadas atualmente: a crise de saúde devido à pandemia de Covid-19, o crescimento da desigualdade social e financeira, a sexta extinção em massa de espécies e os maiores desastres ecológicos e climáticos da história.

“É tempo dos bancos públicos interromperem coletivamente financiamentos voltados à exploração de combustíveis fósseis e a projetos que possam trazer consequências dramáticas ao meio ambiente e às comunidades”, diz a integrante da diretoria executiva da Abong. “Não podemos nos deixar intimidar por aqueles que querem colocar o lucro acima de pessoas na lista de prioridades”, defende Iara Pietricovsky.

Sobre a Abong

Associação Brasileira de ONGs é uma associação nacional criada em 1991 com o objetivo de fortalecer as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) brasileira que trabalham na defesa e promoção dos direitos e bens comuns. A Abong trabalha em parceria com movimentos sociais e dialoga com governos por um mundo ambientalmente justo, com igualdade de direitos e livre de todas as formas de discriminação. A Associação entende que, na formulação e no monitoramento das políticas públicas, a participação de todos e todas é fundamental.