ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Nutricionistas orientam sobre benefícios da alimentação saudável para as crianças no retorno às aulas, presenciais ou não

Matar um leão por dia, quem nunca ouviu essa expressão? Com o excesso de atividades e com pouco dinheiro no bolso, algumas preocupações ficam para segundo plano como, por exemplo, se alimentar bem. Por falta de tempo, no lanche da escola, muitos pais optam por opções mais práticas, como os fast-foods ou comidas industrializadas, que são ultra processadas e apresentam em sua composição aditivos e conservantes que, se consumidos em excesso, podem ser prejudiciais à saúde em longo prazo.

Na hora de preparar a lancheira do seu filho, ou mesmo em casa, com as aulas online, lembre-se que a má alimentação provoca doenças associadas à obesidade, como diabetes, pressão arterial elevada e doenças do fígado. Mesmo em crianças, esse mal também acontece num nível preocupante. Segundo um estudo publicado na revista científica The Lancet divulgado em 2017, a taxa global de obesidade em crianças disparou em 41 anos, enquanto o índice de baixo peso caiu.

Para combater essa tendência nada agradável, as nutricionistas Letícia Tizziani, do Fort Atacadista, e Aline Macedo, especialista em Nutrição Integrativa, dão orientações para ajudar pais e filhos a terem hábitos alimentares saudáveis.

A educação pelo exemplo

Nada melhor que proporcionar e incentivar uma vida saudável para os pequenos com eles vendo esses costumes dentro de casa. Esses hábitos quando consolidados na vida de uma criança podem segui-los por toda a vida.

A nutrição da criançada é baseada nos mesmos princípios da alimentação dos adultos. Todos precisam dos mesmos tipos de nutrientes – como vitaminas, minerais, carboidratos, proteínas e gorduras. A diferença é que as crianças precisam de quantidades específicas desses nutrientes de acordo com a idade.

Lanche para quem está em casa

Se as aulas presenciais ainda não foram retomadas, preocupe-se com alimentos que tenham nutrientes fundamentais como carboidratos, proteínas, frutas, verduras e legumes. A nutricionista Aline Macedo orienta que as crianças evitem guloseimas para não estragar o apetite da molecada. Como os pequenos precisam da energia que os carboidratos podem trazer, o ideal é preparar alimentos ricos em fibras e amido.

Para o crescimento, desenvolvimento cerebral e dos ossos nas crianças são fundamentais as proteínas de origem vegetal, encontradas na soja, quinoa ou brócolis. Apesar de serem incompletas, possuem outras propriedades fundamentais na nutrição. As proteínas de origem animal, como as encontradas nas carnes, ovos e laticínios, possuem todos os aminoácidos essenciais – aqueles que nosso corpo não é capaz de produzir, mas precisa para funcionar.

Um bom omelete no lanche da tarde funciona muito bem e é simples de fazer. Não esqueça que durante as refeições para seus filhos, escolha os cortes de carne sem gordura, frango sem pele, peixes oleosos como salmão, queijos brancos e iogurtes.

Para as crianças que se recusam a comer vegetais, Aline dá uma dica valiosa: incorporar à receita alguns vegetais. “Incorporar na massa de uma panqueca, a abobrinha, e no recheio de carne moída, colocar legumes picadinhos ou até mesmo ralados”, explica ela. O mesmo pode ser feito com hambúrguer caseiro, recheios de tortas ou gratinados.

Na escola, o que levar para o lanche

Para levar alimentos fresquinhos e deixar o lanche com boa aparência, uma dica é preparar a merenda no mesmo dia da aula. Se for levar frutas, o ideal é que elas não estraguem em altas temperaturas ou amassem com facilidade. Sanduíches com queijo, presunto de peru ou geleia sem açúcar alimentam sem fazer mal. Iogurte e leite também podem ser incorporados como opção para a merenda. Frutas secas, castanhas, nozes ou amêndoas tem a gordura boa que a molecada precisa. Se a criança quiser biscoitos ou bolos, prefira os feitos em casa, sem recheio ou cobertura.

Evite em casa ou na escola

Alguns exemplos de alimentos que devem ser evitados nos lanches das crianças, são frituras, pizza, cachorro quente e hambúrgueres, que possuem muitas gorduras e são lanches de difícil digestão e podem prejudicar o aprendizado na escola.

Refrigerantes, biscoitos recheados e bolos com recheio e cobertura são ricos em açúcar, o que faz com que a criança fique novamente com fome passado pouco tempo após o recreio e isso aumenta a irritabilidade e dificuldade em se concentrar nas aulas, e por isso, também devem ser evitados.

Atenção à hidratação

A concentração de água no organismo de um adulto é de 65%, e de 80% de concentração em uma criança. A nutricionista do Fort Atacadista, Letícia Tizziani, diz que “é por esse motivo que os pais devem ficar atentos e insistir que as crianças bebam bastante líquidos, pois precisam repor a água do organismo com mais frequência”. No caso de sucos, prefira os naturais e se possível caseiros usando frutas frescas.

Com a volta às aulas presenciais, algumas escolas adotam sistema ‘híbrido’ de ensino. Nesse modelo, os professores lecionam para os alunos presencialmente e para as câmeras, que transmitem os conteúdos para os estudantes que estão remotos.