Painel sobre empregabilidade e formação profissional é destaque no Congresso da Facmat

Mercado aquecido pressiona contratações, amplia demanda por qualificação e exige mudanças na gestão de pessoas, aponta Sebrae/MT

O painel “Empregabilidade e formação profissional em Mato Grosso” integrou a programação do Congresso Estadual da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat), realizado no dia 03 de outubro, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá. A apresentação foi conduzida por Everthon Martins, da Gerência de Desenvolvimento de Seres Humanos do Sebrae/MT, com foco em mercado de trabalho, qualificação e cultura organizacional.

Everthon avaliou o cenário de contratações no estado como competitivo. “A taxa de desocupação está próxima do pleno emprego, o que encarece o processo de contratar pela lei da oferta e demanda”, disse. Ele apontou a necessidade imediata de qualificação e requalificação profissional. “Há demanda para os próximos meses de milhares de novas formações e de trabalhadores que precisam aprender novas habilidades para permanecer competitivos. As empresas não conseguem esperar quatro anos por um egresso. Precisamos de trilhas de capacitação mais curtas e orientadas a competências”, afirmou.

Ao tratar de produtividade, ele destacou que interrupções e excesso de multitarefa afetam o desempenho das equipes e defendeu mudanças na gestão de pessoas. “É preciso migrar de estruturas rígidas para arranjos mais ágeis, de recrutamento passivo para fortalecimento da marca empregadora, da exigência de diplomas para a valorização de competências e de avaliações anuais para feedbacks contínuos”, disse.

O palestrante também abordou o desafio de integrar diferentes gerações no mesmo ambiente de trabalho e apontou a cultura organizacional como resposta. “O problema não é o que está escrito no manual, mas o descompasso entre o manual e o que acontece no dia a dia. Cultura forte dá base para decisões rápidas e alinhadas”, explicou.

Ao final, Everthon listou fatores para a construção de times de alta performance, como segurança psicológica, relações de confiança, transparência, objetivos claros, propósito institucional e percepção de impacto social. “Liderança precisa ser acessível e o foco deve sair da busca por culpados para a solução de problemas. Checklists, dupla verificação e aprendizagem com incidentes evitam recorrências”, finalizou.
 

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