As obras de implantação do sistema de transporte rápido por ônibus, o chamado BRT, começaram a ser realizadas em trechos da Avenida Tenente-Coronel Duarte, mais conhecida como da Prainha, em Cuiabá.
Preocupados com os impactos, comerciantes e empresários da região cobram o cronograma dos trabalhos para que possam planejar suas atividades, especialmente, nesse fim do ano.
O andamento das obras na região foi discutido, na quarta-feira (22), em reunião realizada pela Associação Comercial e Empresarial de Cuiabá (ACCCuiabá), com representantes da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra), responsável pela construção do novo modal.
De acordo com o presidente da associação, Jonas Alves, o encontro visou esclarecer o andamento do projeto e seus impactos diretos sobre a mobilidade e sobre a atividade econômica da região, garantindo que o setor empresarial tenha acesso às informações necessárias para o planejamento de suas operações durante o período de intervenções.
“As obras do BRT modificam o fluxo urbano e interferem diretamente na rotina comercial. É importante que os empresários conheçam o cronograma e possam se organizar para as vendas do final do ano com base nas informações apresentadas pela Sinfra. Temos o papel de manter esse canal de diálogo entre o poder público e o setor produtivo”, disse.
A intenção, conforme ele, foi esclarecer e debater o projeto, o trajeto do BRT e os trechos que sofrerão os maiores impactos com as intervenções. “Isso para que a gente possa buscar alternativas que mitiguem, principalmente, os impactos para os empresários”, disse.
Entre as alternativas avaliadas, está a execução das obras fora do horário de expediente normal.
“Os empresários estão preparados para conversar e cada um tem a sua opinião, o que enriquece a discussão. Nós, queremos a obra, é importante, mas nós queremos também continuar com as empresas ativas, gerando emprego e renda”, disse.
INTERDIÇÕES PONTUAIS - Na reunião, o secretário-adjunto de Gestão e Planejamento Metropolitano, Issac Nascimento Filho, apresentou as etapas, prazos previstos para as intervenções ao longo da avenida, uma das mais importantes vias comerciais e empresariais da Capital.
Entre as estratégias, conforme ele, é trabalhar com interdições pontuais ou parciais, como vem ocorrendo atualmente em dois trechos da Prainha. Um deles fica entre o Ganha Tempo e Avenida Dom Bosco.
Por lá, conforme informações da Sinfra, pontualmente, haverá bloqueios parciais para escavação e instalação de tubulações de drenagem.
Outro ponto fica entre a Av. Dom Bosco e o Ginásio São Gonçalo, com atividades no canteiro central, mas pontualmente também haverá bloqueios parciais.
Além disso, são previstas eventuais interdições de faixa para manobra e descarga de caminhões da empreiteira que está trabalhando na via.
Pelo cronograma, a expectativa é de que o trecho da Av. do CPA seja concluído até o fim de fevereiro de 2026.
Conforme a Sinfra, a licitação dos terminais e estações está em andamento, sendo que toda a obra de Cuiabá e Várzea Grande deve ser entregue até julho do próximo ano. Já a licitação do trecho da Fernando Corrêa está prevista para os próximos 45 dias, com estimativa de 12 meses para a conclusão.
A Av. da Prainha é um dos eixos viários mais importantes da cidade, inclusive, para o transporte coletivo, com ligação direta com outras importantes vias, como a Getúlio Vargas, Issac Póvoas, Fernando Correa da Costa e a Historiador Rubens de Mendonça (CPA).
IMPACTOS NA AV. DO CPA - Na Avenida do CPA, um levantamento divulgado pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) com empresários com estabelecimentos instalados ao longo da via apontou que, em média, houve redução de 36% no faturamento em comparação com 2023.
Além disso, dois em cada dez estabelecimentos precisaram demitir funcionários para conter custos.
Na área, uma das maiores cobranças tem sido por maior transparência e quanto ao cumprimento do cronograma da obra.
Os empresários argumentam que, com essa informação, é possível organizar, como por exemplo, dar férias para colaboradores no período de maior impacto, reduzir compras, intensificar vendas on-line ou reforçar o delivery, sendo que a ausência desse planejamento atrapalha diretamente a sobrevivência das empresas.
FOTO: SINFRA MT










