A nova medida foi determinada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, da 2ª Vara Criminal de Cuiabá, e se baseia em um novo crime de violência doméstica cometido contra sua ex-companheira, com quem tem uma filha de 12 anos.
Lumar, que foi preso na última sexta-feira (14) em Campinas (SP), deverá ser trazido para Mato Grosso para cumprir a medida de segurança no Centro Integrado de Assistência Psicossocial (CIAPS) Adauto Botelho, em Cuiabá, após passar por uma reavaliação clínica.
Em 2022, Lumar havia sido absolvido do crime de homicídio devido a laudos psiquiátricos que atestaram sua bipolaridade, sendo determinada sua internação.
No entanto, em julho deste ano, o juiz Geraldo Fidelis havia determinado a desinternação do assassino, seguindo um novo laudo do Adauto Botelho que o considerou apto a retornar ao convívio social.
Em liberdade, Lumar mudou-se para Campinas (SP) e rapidamente começou a perseguir sua ex-companheira. Ele procurou os pais dela, ligou para a escola da filha e, em setembro, fez um contato telefônico com a ex.
Segundo a vítima, Lumar fez ameaças de morte, o que a levou a tomar medidas drásticas de segurança: ela tirou a filha da escola, pediu demissão e mudou-se para outra cidade.
Justiça de MT reverte decisão de SP
Apesar de a Justiça de São Paulo ter concedido medidas protetivas à vítima e negado o pedido de prisão preventiva contra Lumar em novembro, o juiz Geraldo Fidelis de Cuiabá agiu de forma contrária.
Considerando o novo crime e a possível alteração no estado psíquico do réu, Fidelis revogou a desinternação e determinou seu recolhimento imediato.
A defesa de Lumar, por sua vez, impetrou um habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) nesta segunda-feira (17), alegando que a nova decisão judicial seria "ilegal e abusiva" por falta de fundamentação idônea. O pedido de suspensão da internação aguarda análise da Segunda Câmara Criminal do TJMT.
O crime bárbaro em 2019
Lumar estava em Sorriso (MT) vivendo na casa da tia, Maria Zélia, após ter tentado matar a própria mãe em São Paulo. Após ser expulso por seu comportamento, ele retornou à residência da tia em julho de 2019.
Lumar esfaqueou a vítima e, segundo a perícia, arrancou o coração de Maria Zélia enquanto ela ainda estava viva. O assassino roubou dinheiro, colocou o órgão em uma sacola plástica e o entregou à filha da vítima antes de tentar sequestrar a neta de Maria Zélia, uma menina de 7 anos. Ele foi preso logo em seguida, após bater o carro roubado.
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