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Professor de Música da UFMT é afastado após denúncias de assédio e perseguição

  

A Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) afastou um professor do curso de Música após receber denúncias de assédio, importunação e condutas invasivas contra alunas da instituição. Em nota, a universidade afirmou que "repudia qualquer forma de assédio e que adota imediatamente as medidas cabíveis ao tomar conhecimento dos fatos", incluindo o afastamento do servidor durante a apuração interna.

A UFMT informou ainda que determinou medidas de proteção às estudantes envolvidas, como suporte psicossocial, reorganização das atividades acadêmicas e ações para impedir qualquer contato entre elas e o docente enquanto durar a investigação.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado por uma das vítimas, os episódios acontecem há pelo menos dois anos, desde outubro de 2023. A situação teria chegado ao extremo no dia 24 deste mês, quando o professor apareceu sem aviso na casa da estudante, entrou no quarto dela e só saiu após um familiar ameaçar chamar a polícia.

Segundo o BO, tudo começou quando o docente foi até o auditório onde a jovem costumava estudar sozinha e se declarou, afirmando que deixaria a esposa porque “gostava muito” dela. A vítima contou que sua relação com ele sempre foi estritamente acadêmica e que, após rejeitar a investida, passou a sofrer perseguição e comportamentos possessivos.

Ela afirma que o professor passou a questioná-la sobre curtidas em redes sociais, fazer cobranças sobre sua vida pessoal e até exigir que entregasse o celular em sala de aula para verificar se estaria se envolvendo com alguém. Ao se recusar, o docente teria tido um surto, pegado o aparelho e arremessado sobre um piano, danificando-o.

O caso escalou na segunda-feira (24), quando o professor foi até a casa da estudante, local que conhecia porque ele e a esposa já encomendaram roupas com a mãe da vítima, insistiu para conversar e invadiu o quarto das jovens, dizendo ser apaixonado pela aluna e afirmando que seu casamento seria “de fachada”.

A estudante relata ainda que a esposa do professor tinha conhecimento das atitudes dele e passou a difamá-la dentro da universidade, dizendo que a jovem “queria seu lugar” e que “a queria morta”.

Ela afirma que só formalizou a denúncia agora porque não queria prejudicar um projeto de extensão orientado por ele.

Outras denúncias

Depois que o caso veio à tona, outras alunas procuraram a UFMT e a Polícia Civil para registrar relatos de assédio e condutas inadequadas envolvendo o mesmo professor.

Outro lado

O RepórterMT procurou o docente, que disse que “não tem nada a declarar” e que irá se manifestar “nas vias ordinárias”. A esposa dele também foi procurada, mas não respondeu às mensagens.

 

FOTO: UFMT