SELO FALSIFICADO E TUDO

Polícia Civil de MT fecha fábrica de suplementos piratas na capital

  

Uma fábrica clandestina de suplementos alimentares foi interditada, ontem (5), em Cuiabá. Durante a operação, dois endereços, vinculados a mesma empresa, mas com CNPJS distintos, foram fiscalizados. Um dos estabelecimentos funcionava há 4 anos como depósito de um cartório de imóveis. No outro foram encontrados chás e pacotes de cápsulas de procedência desconhecida e sem controle sanitário.

A ação da Polícia Civil ocorreu em conjunto com Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá. Durante as investigações, no primeiro endereço visitado, não foi encontrado qualquer linha de produção dos suplementos. Os responsáveis pelo ofício de imóveis disseram que não conhecem ou possuem relações com os responsáveis pela suposta fábrica de suplementos.

A situação mais grave foi constatada no segundo endereço, onde oficialmente funcionava apenas a loja da empresa. No piso superior do prédio, as equipes encontraram diversas salas improvisadas contendo grande quantidade de caixas com sachês fracionados de chás e pacotes com cápsulas de origem, composição e procedência desconhecidas.

“Os produtos eram fracionados e reembalados em vasilhames com rótulo próprio da empresa, prática totalmente irregular e sem controle sanitário”, relatou o delegado Rogério Ferreira, titular da Decon.

Os fiscais verificaram que a empresa utilizava etiquetas destacáveis com informações de data de fabricação, data de validade e número de lote, todas inseridas manualmente nas caixas e frascos embalados no local.

Também foram encontradas etiquetas informando que os produtos eram aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Contudo, a empresa não possui autorização da Anvisa para fabricar, manipular, fracionar ou acondicionar suplementos alimentícios, nem alvará de sanitário da Vigilância Sanitária Municipal de Cuiabá.

Diante das irregularidades, os fiscais da Vigilância Sanitária interditaram a empresa e todos os produtos encontrados em seu interior. Os responsáveis foram intimados a apresentar documentação que comprove a origem do material, assim como laudos que indiquem a composição dos produtos.

“Instauramos inquérito policial para apurar os fatos, inclusive eventual prática de falsificação, alteração ou adulteração de produto alimentício pelos responsáveis. Caso seja comprovada a prática delitiva, as penas podem chegar a oito anos de prisão, além de multa”, afirmou o delegado Rogério Ferreira.

 

FOTO: POLICIA JUDICIÁRIA CIVIL – MT