CPMF

Criação de novo imposto nos moldes da CPMF é barrada no planalto

Base de apoio do governo presidencial afirma que seria impossível “ganhar narrativa” de criação de um novo imposto em ano de eleições municipais


A proposta de criação de um novo imposto nos moldes da antiga CPMF, defendida por Paulo Guedes, atual ministro da Economia, já não é considerada pelos operadores políticos do Planalto.

A tentativa de inclusão do tributo na reforma tributária que tramita na Câmara foi apresentada pelo ministro como uma forma de desoneração da folha de pagamento para até um salário mínimo, mas foi barrada nesta segunda-feira (28).

Guedes afirma que o intuito do projeto não é aumentar a carga de impostos, mas, sim, uma “substituição tributária”. Ou seja, o intuito do tributo é compensar a arrecadação que será perdida com a desoneração das folhas de pagamento. Ciente da resistência de boa parte do Congresso em relação à aprovação da proposta, o deputado Ricardo Barros reforçou o discurso de que não haverá aumento da carga tributária.

Líderes da base de apoio do governo do presidente Jair Bolsonaro afirmam que mesmo com o argumento da desoneração da folha, seria impossível “ganhar a narrativa” de criação de um novo imposto em ano de eleições municipais.

“Desonerar a folha de pagamento é, sem dúvidas, uma ação importante para facilitar a criação e manutenção de empregos no país, bem como a retomada do crescimento das empresas”, comenta Thomas Carlsen, COO da mywork, empresa especializada em controle de ponto online e gestão de rotinas do Departamento Pessoal, “No entanto, há formas mais interessantes e factíveis de promover a desoneração do que através de um novo impostos nos moldes da CPMF”, avalia o executivo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já declarou abertamente ser contra a criação do novo encargo, mas lideranças seguem na tentativa de abrir caminhos para que a proposta seja discutida no Parlamento.