Após a tragédia em Capitólio (MG), uma vistoria técnica na Rodovia Emanuel Pinheiro (MT-251), que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, foi realizada na tarde de segunda-feira (10) para verificar a situação dos paredões do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães. Especialistas apontam que pequenos deslizamentos de terra são normais para o período chuvoso e a população pode trafegar pela via com segurança.
A região visitada fica nas proximidades do Portão do Inferno, localizado a cerca de 45 quilômetros da Capital. Por lá, em novembro do ano passado, o local registrou um deslizamento de terra, que invadiu uma faixa da rodovia. Em abril de 2008, uma turista morreu vítima da queda de um bloco na tradicional cachoeira Véu da Noiva. Outras quatro pessoas ficaram feridas. Já na cidade mineira de Capitólio, no dia 08 deste mês, a queda de um bloco de rochas de um cânion fez mais de 30 vítimas, sendo dez delas fatais.
De acordo com o secretário adjunto de Obras Rodoviárias da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra), Nilton de Britto, o Governo vai atuar para prevenir desmoronamentos na rodovia. "Vamos acompanhar de modo permanente e de forma visual, para evitar que deslizamentos bloqueiem a pista". Um grupo de trabalho integrado pelos participantes da vistoria fará monitoramento constante para a prevenção de incidentes.
Conforme o representante da Defesa Civil, Lucas Souza Chermont, o órgão vai atuar na integração institucional para a criação de um grupo de trabalho para propor medidas preventivas no local. O objetivo é que a resposta seja rápida em caso de algum incidente. "A situação, a princípio, está controlada. Estamos atuando junto ao serviço geológico da Sema para fazer um estudo mais avançado para que, se for necessário, façamos intervenção no local".
Conforme o doutor em geologia e analista da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Júlio César Arraes, a região é formada por arenito, que é uma formação rochosa frágil, e há um desgaste natural do material acelerado pela chuva.
"Em áreas como Chapada dos Guimarães, é normal acontecer desmonte de rochas, principalmente, em épocas de chuva. Nada disso nos assusta, mas temos o compromisso com a população de preservar e salvar vidas. Então, estamos aqui para buscar propostas e projetos para amenizar riscos, preservando o turismo e também a saúde desses ambientes naturais", diz.
A chefe do Parque Nacional de Chapada dos Guimarães, Cintia Brazão, pontua que o Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) já tem monitorado áreas de risco dentro do parque, principalmente as áreas onde há visitação. "Mudamos trilhas de posição para reforçar a segurança dos visitantes e, quando necessário, pedimos ajuda aos nossos parceiros para realizar vistorias e assim dispor de melhores opções nas decisões técnicas".
ALERTA EM CONFRESA - Em Confresa (1.160 km a Nordeste de Cuiabá), a Prefeitura precisou interditar no último dia 07 deste mês o trânsito pelas pontes situadas sobre o Rio Gameleira, passando pela MT-432. Conforme a administração municipal, o bloqueio se deve à uma ação conjunta para esgotar a represa situada na Fazenda Luta, que apresenta nível alarmante de aumento do volume de água com as últimas chuvas.
Ainda no fim de dezembro passado, o município emitiu o decreto n° 250/2021, que declarou situação de emergência nas diversas áreas rurais afetadas pelas tempestades que vem ocorrendo na cidade.
Com pontes danificadas, estradas de terra com erosão e casas inundadas em diversos pontos, a gestão está trabalhando para, primeiramente, garantir que todas as pessoas nas áreas de risco estejam seguras e vivendo com o mínimo de dignidade.
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