Em janeiro de 2022, Mato Grosso assumiu a liderança no ranking de desmatamento detectado na Amazônia Legal. No primeiro mês do ano, o Estado foi responsável por 28% da destruição da floresta com 73 quilômetros quadrados (km2) derrubados ultrapassando o Pará, que liderou o desmatamento na região ao longo de 2021.
Os dados têm como base imagens de satélite do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e revelam que o ritmo crescente de desflorestamento registrado nos últimos anos no bioma teve seguimento nos primeiros 31 dias deste ano. Em janeiro, o SAD detectou ao todo 261 km2 de desmatamento da floresta, um aumento de 33% em relação a janeiro de 2021, quando a destruição somou 196 km2.
Apesar de assumir o topo do ranking, o Estado teve redução 11% levando em consideração o mesmo período do ano passado, quando registrou 82 km2 de devastação. Já Rondônia ocupou o segundo lugar com 63 km2 destruídos (24%) em janeiro passado. O Pará ficou em terceiro lugar, com 52 km² derrubados, 20% do total na região. Após, aparecem ainda o Amazonas (12%), Roraima (7%), Maranhão (5%), Acre (3%) e Tocantins (1%).
“Mato Grosso assumiu a liderança com quase 50% do desmatamento registrado em apenas três municípios: Nova Ubiratã, Marcelândia e Santa Carmem. Já Rondônia ficou em segundo lugar com 63% da destruição detectada em duas cidades: Porto Velho, o município que mais desmatou na Amazônia em janeiro, com 34 km² devastados, e Candeias do Jamari”, disse a pesquisadora do Imazon Larissa Amorim.
No Estado, entre os pontos mais críticos aparece também a terra indígena (TI) Manoki, localizada em Brasnorte (580 km ao Noroeste de Cuiabá). O Imazon traz ainda dados sobre a floresta degradada no bioma, que somou 15 quilômetros quadrados em janeiro de 2022, o que representa uma redução de 85% em relação a janeiro de 2021, quando a degradação detectada foi de 98 quilômetros quadrados. Em janeiro de 2022, a degradação foi detectada em Mato Grosso (93%) e no Pará (7%).
Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) aponta uma redução de 22% nos alertas de desmatamento em Mato Grosso no último semestre, entre agosto de 2021 e janeiro de 2022. Segundo a Sema, os alertas de desmatamento dos últimos seis meses somam 517 km², e no mesmo período do ano anterior, 669km². Os dados divulgados pela assessoria de imprensa, na última quinta-feira (17), têm como base imagens de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/Deter).
Contudo, no período, as autuações de crimes ambientais aumentaram. Isso, conforme a Sema, ocorre devido as equipes de fiscalização não estarem multando apenas o desmatamento ilegal recente, mas também os crimes ambientais cometidos em anos anteriores. Assim, o Estado aumentou em 550% as autuações de crimes ambientais em 2021, em comparação com 2019, somando 9.366 autos de infração e cerca de R$ 4,1 bilhões de multas nos últimos três anos.
Em 2019 foram emitidos 771 autos de infração, em 2020 foram 3.591, já em 2021, 5.004. A garantia é de que a Sema-MT também age preventivamente enviando alertas automáticos por e-mail aos responsáveis por áreas onde é identificado o desmate ilegal, com o objetivo de frear imediatamente o crime ambiental.
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