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Júlio desabafa, mas comemora rompimento com governo Lula

 

O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) avaliou, nesta quarta-feira (3), a saída de seu partido do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o parlamentar, a decisão foi acertada, mas "demorou" para ser tomada.

A medida formalizou o desembarque do União Progressista, federação formada pelo União Brasil e Progressistas, da base de apoio do governo Lula. O comunicado oficial, lido pelo presidente do União Brasil, Antônio Rueda, nessa terça-feira (2), determina que ministros filiados devem renunciar até o final do mês.

Júlio Campos explicou que o motivo para o rompimento foi a falta de alinhamento da bancada do partido com o governo, mesmo com o União Brasil tendo indicações em três ministérios: Comunicações, Turismo e Integração e Desenvolvimento Regional.

"Eu não entendi porque o diretório nacional foi participar do governo Lula. (...) Recebeu três ministérios e não estava dando a contrapartida. A nossa bancada federal, na Câmara e no Senado, não votava com o governo praticamente."

O deputado lembrou que a maioria do União Brasil, incluindo as lideranças em Mato Grosso como o governador Mauro Mendes e o senador Jayme Campos, apoiou Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Para ele, a falta de lealdade da bancada no Congresso era um sinal de que a parceria não poderia continuar.

"Tava na hora de sair. Demorou para sair, mas eu apoio totalmente a decisão do presidente cobrar lealdade e do partido que não apoia tem que espirrar do governo."

Ministros impactados

O comunicado do União Progressista pode afetar a permanência dos ministros do Turismo, Celso Sabino (União-PA), e do Esporte, André Fufuca (PP-MA), já que ambos são deputados federais e detêm mandatos.

Além disso, o União Brasil tem indicações em outras duas pastas: Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico de Siqueira (Comunicações). O PP também ocupa o comando da Caixa Econômica Federal, com Carlos Vieira.

"Em caso de descumprimento desta determinação, se dirigentes desta federação em seus estados, haverá o afastamento em ato contínuo. Se a permanência persistir, serão adotadas as punições disciplinares previstas no estatuto", diz o comunicado do União Brasil.

Cobrança do governo

Nas redes sociais, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, responsável pela articulação política do governo, respeitou a decisão, mas cobrou lealdade de quem permanecer nos cargos.

"Respeitamos a decisão da direção da Federação da UP. Ninguém é obrigado a ficar no governo. Mas quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional."

 

FOTO: ALMT