O prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), elevou a tensão política na Câmara de Vereadores ao cobrar mais empenho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o contrato do estacionamento rotativo, a CS Mobi. Abilio criticou publicamente o ritmo da CPI e declarou sentir um "estranhamento", o que gerou desconforto em seus aliados, os vereadores Rafael Ranalli (PL) e Dilemário Alencar (União Brasil).
Em entrevista, o prefeito disse esperar uma posição firme do Tribunal de Contas do Estado (TCE) sobre o assunto e questionou a lentidão da CPI na Câmara. "Às vezes eu tenho a sensação que a CPI não quer continuar investigando, então essa é uma sensação", disparou, sugerindo que há fatos a serem apurados que não estão recebendo a devida atenção.
Abilio cobrou que a CPI convoque pessoas-chave que participaram da elaboração do contrato. Ele questionou a decisão de vincular o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) da prefeitura ao acordo, apontando que essa medida não passou pela Câmara, mesmo sendo necessária.
“Não foi o procurador que deu parecer favorável para colocar o aditivo contratual vinculando o FPM do município ao contrato. Foi uma pessoa de fora da gestão pública. Cadê essa pessoa? Por que ela fez isso?”, questionou o prefeito, indicando que a investigação ainda não fez as perguntas certas.
Reação e resposta da Câmara
As declarações de Abilio incomodaram a presidente da Câmara de Cuiabá, Paula Calil (PL). Ela saiu em defesa do trabalho da comissão, afirmando que a CPI da CS Mobi e a CPI dos Fios Abandonados "não vão acabar em pizza".
Segundo a vereadora, a comissão já ouviu todas as partes envolvidas e conseguiu identificar os erros e acertos no processo de concessão, que foi firmado na gestão anterior de Emanuel Pinheiro.
Paula Calil sugeriu que o prefeito se informe melhor sobre o andamento dos trabalhos antes de se manifestar publicamente. "O prefeito precisa saber dos andamentos da CPI antes dele dar as declarações. Quando ele se posiciona, fica de uma forma negativa, como se os vereadores não estivessem fazendo o seu trabalho, não estivessem atuando", pontuou.
O vereador Rafael Ranalli, presidente da CPI, admitiu ter ficado chateado com as falas de Abilio, mas garantiu que a comissão está empenhada e deve entregar o relatório final ainda neste mês. O prefeito, por sua vez, pediu para ser ouvido pela CPI, e o relator, Dilemário Alencar, prometeu convidá-lo antes de concluir o relatório.
O vereador Dilemário Alencar (União Brasil), relator da CPI da CS Mobi, confirmou que vai convidar o prefeito Abilio Brunini (PL) para depor na comissão.
A decisão foi tomada após o prefeito criticar publicamente a condução da investigação, alegando ter a "sensação" de que a CPI não quer continuar apurando as irregularidades no contrato do estacionamento rotativo.
Dilemário minimizou a polêmica, afirmando que vê as críticas do prefeito com naturalidade. "Qualquer pessoa pode criticar, pode fazer observações. O prefeito Abilio, ele pode fazer as suas considerações, agora a CPI está trabalhando no sentido de fazermos um relatório que realmente atenda a população de Cuiabá”, declarou.
FOTO: PREFEITURA DE CUIABÁ









