A prefeita de Pedra Preta, Iraci Souza (PSDB), que foi alvo de ofensas como “cachorra viciada” por parte de um vereador, afirmou que a cassação do parlamentar, decidida na noite desta quarta-feira (03), representa um divisor de águas no combate à violência política de gênero no município.
O julgamento, realizado em plenário lotado, principalmente, por mulheres que foram demonstrar apoio terminou com a perda do mandato do vereador após semanas de pressão popular e articulação jurídica.
Iraci destacou que o processo não foi simples, mas ganhou força com o respaldo de lideranças estaduais.
“Recebi muito apoio dos deputados, da primeira-dama Virgínia Mendes. Isso fortaleceu muito para a gente ir em frente com esse processo. Não podemos ficar caladas porque somos mulheres. A luta continua por todas”, declarou.
Para a prefeita, a decisão tem um significado profundo. “Vejo isso como o início de um marco para a história da violência de gênero, principalmente aqui em Pedra Preta”, disse.
Ela também chamou atenção para a ausência de mulheres na atual legislatura da Câmara Municipal.
“No mandato passado tivemos três ou quatro vereadoras. Neste, não tem nenhuma. Por quê? Por causa do medo”, afirmou.
A gestora reforçou que é urgente garantir que mais mulheres ocupem posições de poder. “Somos a maioria e temos que ocupar nossos espaços. Temos direitos e deveres e precisamos exercer isso”, completou.
Iraci disse esperar que o caso encoraje outras mulheres que enfrentam hostilidades semelhantes.
“Espero que as mulheres criem mais força e coragem, que existam políticas públicas que deem suporte. Muitas têm vontade de gritar, mas ficam com medo”, disse.
No encerramento, a prefeita deixou um recado direto: “A mulher não tem que estar onde os outros querem, mas onde ela quiser. Ela pode ocupar qualquer espaço dentro da sociedade”.
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